Desde 2015, a nível mundial, fala-se de ODS (Objectivos de Desenvolvimento Sustentável), que vai acompanhado da famosa “Agenda 2030”, com objectivo de construção de um mundo mais próspero e justo para todos habitantes da terra, com mais destaque aos jovens. Não obstante, parece que estamos longe de cumprir a meta dessa agenda. Os factos são óbvios, os jovens, actualmente, crescem em um contexto muito conturbador; um contexto muito agitado e muito mais veloz. Hoje em dia os jovens correm em tudo: correm para namorar, correm para consumir drogas, correm para fumar e beber, correm para ter êxito. Porque correm muito, facilmente se distraem de alguns obstáculos que deveriam prestar mais atenção. Uma das perguntas que aparece diante do cenário é: será que correm porque querem? Ou correm porque o mundo faz-lhes correr? E quem faz o mundo correr?
Nessa corrida para “tudo” se esquecem de várias coisas: esquecem que a corrida ao namoro, às drogas, ao êxito tem de ser preparada. A preparação consiste em ter condições, dentre as quais está o trabalho, o emprego e o autoemprego, que é difícil encontrar.
A falta de trabalho cria sérios problemas. Viver sem emprego prejudica o nosso bem-estar, porque como disse o Papa Bento XVI viver sem emprego “mina a liberdade e a criatividade da pessoa e suas relações familiares e sociais, com graves danos a nível psicológico e espiritual” (MISIÓN, 2022). Os factos já dizem por si. Nós (da Academus), como jovens, tentamos buscar dos outros jovens as perspectivas de vida que inundam as suas cabeças. Na verdade, em muitos casos só encontramos frustrações, falta de perspectivas , desespero e perda de sentido da vida.
O que mais deixou-nos curioso é que os nossos pais, avos, familiares sabem do fenômeno, embora o expressem de forma coloquial, dizendo: “a ma djaha ya nyanwaka né vale a pena” (jovens de agora não prestam).
Essas palavras expressam além do que, normalmente, pensamos. Mas, o problema é que não são concretas ou não vão direto ao ponto do problema, por isso passam despercebidas. Foi por essa razão que decidimos buscar cada ponto do problema. E o primeiro foi reflectir sobre o Trabalho, como actividade que logramos fazer em beneficio nosso, da nossa família, comunidade ou da sociedade; o emprego como trabalho remunerado; e o autoemprego como trabalho para autossustentabilidade.
O trabalho, o emprego e autoemprego são assuntos sérios para debates da actualidade, porque não só trata-se de saber se pode-se buscar ou encontrar trabalho, emprego ou autoemprego, visto que quando se pede mão-de-obra são seres humanos que se fazem presentes, por isso há que perguntar também, sobre as condições de trabalhos em que são submetidos os nossos irmãos, filhos e netos para no final merecer o nome de “emprego”.
Sobre a escassez de emprego que já é óbvia não se sabe se é escasso devido a industrialização do mundo ou, talvez, porque as Democracias atuais não consegue gerir o tema.
Ontem, aos jovens só lhes bastava fazer quarta classe para ter uma luz prometedora sobre um futuro bem-estar. Com a quarta classe do sistema de educação colonial se podia ser professor, enfermeiro, jornalista, jurista ... mas agora isso não passa de um sonho. Antes havia poucas opções vocacionais, mas havia o que fazer. Hoje temos o nível médio, nível técnico, nível superior, mas as vezes, mesmos com nível superior não se tem o que fazer. Os jovens de hoje estaria menos preparados que os de ontem? Ademais, se consegue trabalho seria um subemprego e, ao final não estará feliz. Afinal o que está se passando?
Esta pergunta é a que a revista Academus propôs-se a buscar a sua resposta, a partir de reflexões e experiências de próprios jovens: empregados, autoempregados e desempregados, para compreender as suas dificuldades, seus anseios e suas perspectivas de vida nesta actualidade desafiante.
Valdimiro J. Paque |
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Por: Valdimiro J. Paque
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